domingo, 16 de maio de 2010

Atire a primeira flor...


Quando tudo parece caminhar errado,

seja você o primeiro passo certo.

Se tudo parece escuro, se nada puder ser visto,

acenda a primeira luz.

Traga para a treva, você primeiro,

a pequena lâmpada.

Quando todos estiverem chorando,

tente você o primeiro sorriso,

Não na forma de lábios ardentes,

Mas na de um coração que compreenda,

de braços que confortem.

Se a vida inteira for um imenso não,

parta você na busca do primeiro sim,

Ao qual tudo de positivo deverá seguir-se.

Quando ninguém souber coisa alguma,

é você mesmo, Corrigindo-se a si mesmo.

Quando alguém estiver angustiado na procura,

observe bem o que se passa.

Talvez seja em busca de você mesmo

que este seu irmão esteja.



Quando a terra estiver seca,

que sua mão seja a primeira a regá-la.

Quando a flor estiver murcha,

seja a primeira a separar o joio,

a arrancar a praga, a afastar a pétala, a acariciar a flor.

Se sua porta estiver fechada,

de você venha a primeira chave.

Se o vento sopra frio,

que seu calor humano seja a primeira proteção

e o primeiro abrigo.

Se o pão for apenas massa, e não estiver assado,

seja você o primeiro forno para transformá-lo em alimento.

Não atire a primeira pedra em quem erra,

de acusadores o mundo está cheio.

Nem, por outro lado, aplauda o erro.

Ofereça sua mão primeiro para levantar quem caiu,

dê sua atenção primeiro para mostrar o caminho de volta,

compreendendo que o perdão regenera,

que é a compreensão edificada, que o possibilita,

e que o entendimento reconstrói.

Toda escada tem um degrau,

para baixo ou para o alto.

Toda estrada tem um primeiro passo,

para frente ou para trás.

Toda vida tem um primeiro gosto de existência ou de morte.

Atire pois, você, com ternura e vontade de entender,

quando tudo for pedra, a primeira e decisiva flor...

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